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Luisa Cunha e Ricardo Carvalho vencem Prémios AICA/MC/Millennium bcp 2022

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Ao vigésimo quarto dia do mês de abril de 2023 reuniu o júri dos Prémios AICA/MC/Millennium bcp 2022. Composto por Ana Tostões, que presidiu, e por Luísa Soares de Oliveira, Nuno Faria, Manuel Aires Mateus e João Belo Rodeia, o júri decidiu por unanimidade atribuir o Prémio AICA/MC/Millennium bcp 2022 de Artes Visuais a Luisa Cunha (1949), pela exposição "Partitura #4", realizada na Galeria Miguel Nabinho, em Lisboa e pela intervenção no espaço “Gabinete”, no MAAT, com a peça “Não”, com a curadoria de João Pinharanda. E, também por unanimidade, decidiu atribuir o Prémio AICA/MC/Millennium bcp 2022 de Arquitetura a Ricardo Carvalho (1971), pela sua exposição individual "Todas as Direções", realizada com a curadoria de Bárbara Silva na Galeria NOTE, em Lisboa, em 2022.

Prémio AICA/MC/Millennium bcp 2022 de Artes Visuais

Luisa Cunha expõe o seu trabalho regularmente desde o início dos anos 1990. A sua obra, caracterizada por uma radical singularidade e uma notável persistência, colhe amplo reconhecimento crítico e tem sido exposta nas mais relevantes instituições nacionais. Em 2021, foi-lhe atribuído o Grande Prémio EDP e teve uma destacada participação na Bienal de Arte de São Paulo, no Brasil. A palavra, o discurso, o som, o espaço-tempo e as condições de perceção do espectador constituem alguns dos princípios fundadores do trabalho da artista, frequentemente marcado pelos duplos-sentidos da linguagem, pelo absurdo e por um subtil uso de estratégias de corrosão das estruturas de poder e de controlo individual e coletivo. Para além das exposições anteriormente referidas, a artista realizou outras duas mostras individuais na Apletton Square (Partitura #5), em Lisboa, e no Museu de Arqueologia e Etnologia de Elvas.

Prémio AICA/MC/Millennium bcp 2022 de Arquitetura

A exposição realizada por Ricardo Carvalho em 2022, “Todas as Direções”, exemplar em precisão conceptual, coerência de conteúdos e pertinência disciplinar, sublima o trabalho de excelência que o arquiteto vem desenvolvendo desde o final da década de 1990 no quadro da arquitetura portuguesa contemporânea e abre-o, em simultâneo, a perspetivas vindouras. Na sequência da edição monográfica do ano anterior (Obra, Situação, Processo, ed. A+A) em que realiza um balanço da sua diversificada produção, a exposição de 2022 constitui o palimpsesto de um percurso polifónico de entrega total à arquitetura, entre pensamento e construção, projeto e pesquisa, divulgação e reflexão disciplinares, investigação académica e ensino de arquitetura, da casa à cidade e da cidade à casa. Como vem afirmando, gosta “de pensar que estamos completamente disponíveis para abrir uma investigação nova, para experimentar várias coisas em simultâneo” e revê-se nessa ideia “alquímica de uma conjugação inesperada de coisas” assumindo uma “forma de construir que não é predadora” e que é sobretudo “uma reflexão sobre a ideia de vida, como um fenómeno coletivo”.

Os Prémios serão entregues aos agraciados em cerimónia a realizar, em data que será oportunamente divulgada.