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Atribuição dos Prémios AICA/MC/Millennium bcp 2021

Prémios AICA 2021
Prémios AICA 2021

Ao sexto dia do mês de Abril de dois mil e vinte e dois, pelas vinte horas, reuniu o Júri do Prémio AICA/MC/Millennium bcp 2021 por videoconferência.

Composto por Luísa Soares de Oliveira, Paulo Pires do Vale, Inês Lobo e Rui Mendes, e presidido por Catarina Rosendo, o júri decidiu por unanimidade atribuir o Prémio AICA/MC/Millennium bcp 2021 de Artes Visuais a Rui Chafes, pela sua exposição individual «Nada Existe» realizada na Galeria Filomena Soares, em Lisboa, em 2021. Igualmente por unanimidade, o Prémio AICA/MC/Millennium bcp 2021 de Arquitectura foi atribuído a Nuno Brandão Costa, pela obra do Terminal Intermodal de Campanhã, no Porto, cujos edifícios foram concluídos em 2021.

Prémio AICA/MC/Millennium bcp 2021 de Artes Visuais

A exposição realizada por Rui Chafes em 2021, «Nada Existe», dá continuidade a um trabalho de excelência iniciado no final da década de 1980. As obras apresentadas, produzidas entre 2020 e 2021, foram por si definidas como “fragmentos e negras flores de espuma nascidas neste nosso tempo de devastação”. No seu conjunto, a exposição demonstra a capacidade do artista de renovar a sua linguagem através da criação de peças que, sem abdicar das grandes linhas conceptuais que têm norteado o seu trabalho e recorrendo à tradição escultórica medieval e gótica, se ancoram em novos processos técnicos e radicam, em última análise, no diálogo estabelecido desde 2018 com a obra do escultor suíço Alberto Giacometti. As suas obras operam sobre os sentidos criados pelo diálogo entre a ausência e a presença, o peso da matéria e a leveza do ar, a forma fechada e o que ela encerra, através do ferro moldado, soldado, dominado pelo fogo, e pintado, por fim, de negro mate, sempre na busca de, como disse em 2007, “mostrar ou pressentir algo que não está aqui”.

Prémio AICA/MC/Millennium bcp 2021 de Arquitectura

Nuno Brandão Costa concluiu em 2021 a parte referente aos edifícios do Terminal Intermodal de Campanhã, cujo concurso público havia vencido em 2017, encontrando-se os espaços exteriores em fase de finalização. A obra confirma o percurso de excelência do autor e constitui um marco assinalável na arquitectura portuguesa actual, pelo modo como privilegia os novos sistemas de mobilidade urbana e a consequente regeneração de uma área da cidade afectada, desde o século XIX, pela construção da estrutura ferroviária ainda existente e em funcionamento. Trata-se de um dos mais relevantes projectos públicos em curso no Porto, articulando de forma exemplar infra-estrutura, topografia e espaço público numa cidade que vai de novo ao encontro do território para a introdução dos sistemas naturais no seu desenho.

Os Prémios serão entregues aos agraciados em cerimónia a realizar, em data que será oportunamente divulgada.