O Jornal Falado é um evento organizado pela Associação Internacional dos Críticos
de Arte — AICA Portugal em parceria com o MAC/CCB. É estruturado em sessões
públicas, com periodicidade mensal, que reúnem artistas, críticos, arquitetos e
curadores para reflectirem sobre temas da atualidade a partir das suas áreas de
trabalho e dos seus interesses específicos. As sessões podem tomar a forma de
conversa, entrevista ou debate, com o objetivo de criar uma troca de ideias e
experiências sobre o contexto artístico e arquitetónico sob um ponto de vista
crítico e, se necessário, polémico, havendo ainda a possibilidade de
participação do público. O Jornal Falado quer ser um espaço que procura novas
possibilidades para a formulação reflexiva do pensamento crítico a partir da
constatação do seu défice nos meios de comunicação.
14 de março de 2024 - Carlos Bunga e Sara Antónia Matos
Carlos Bunga (Porto, 1976) frequentou a Escola Superior de Arte e Design em Caldas da Rainha, Portugal. Vive e trabalha perto de Barcelona. As suas obras, orientadas para o processo, são criadas em vários formatos: esculturas, pinturas, desenhos, performances, vídeo, e instalações in situ. Embora utilizando frequentemente materiais simples e despretensiosos, o trabalho de Bunga envolve um grau altamente desenvolvido de preocupação estética e delicadeza, bem como uma complexidade conceptual derivada da inter-relação entre fazer e desfazer, entre não fazer e refazer, entre o micro e o macro, entre investigação e conclusão. Ultrapassando a divisão entre escultura e pintura, os trabalhos enganosamente delicados de Bunga caracterizam-se por um estudo intenso da combinação da cor e da materialidade, ao mesmo tempo que enfatizam o aspeto performativo do ato criativo. Destacam-se as suas exposições individuais em: Fundação Helga de Alvear, Cáceres (2024), Sarasota Art Museum, Florida (2023), Bombas Gens, Valencia (2023) Palacio de Cristal do Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía (2022); Schirn Kunsthalle, Frankfurt (2022); Secession, Viena (2021); Whitechapel Gallery (2020); MOCA, Toronto (2020); Centro Internacional das Artes José de Guimarães (2019); MAAT (2019); Fundação Carmona e Costa (2019); Museu d’Art Contemporani de Barcelona (2015); Pinacoteca de São Paulo (2012); Fundação Serralves (2012); Hammer Museum (2011) e Miami Art Museum (2009), entre outros. Foi convidado a participar na Manifesta 15 (2024), 35ª Bienal de São Paulo (2023), na Bienal de Arquitectura de Chicago (2015), 29a Bienal de São Paulo (2010), Trienal de Arquitectura de Lisboa (2010), 14a Bienal Internazionale di Scultura di Carrara (2010) e Manifesta 5, San Sebastian (2004). Recebeu o Prémio Internacional de Arte em Grand Rapids, Michigan (2013) e foi pré-selecionado para o Prémio Artes Mundi 6, Cardiff (2015). Faz parte de importantes coleções, tais como: MoMA; Fundação Serralves; Hammer Museum; Patricia Phelps de Cisneros Collection; Pinacoteca de São Paulo; Museu Calouste Gulbenkian e Museu d’Art Contemporani de Barcelona.
Sara Antónia Matos (1978) é diretora do Atelier-Museu Júlio Pomar/EGEAC, desde 2012, e das Galerias Municipais/EGEAC (2017-2019 e 2023-2026). É formada em Escultura na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, Mestre em Estudos Curatoriais e Doutorada com a tese “Da Escultura à Espacialidade” na mesma Universidade (Bolseira da FCT). Comissária desde 2006, destacam-se as exposições: no MAAT, na Galeria Municipal do Porto, no Millennium bcp, no CAM-Fundação Calouste Gulbenkian, no Atelier-Museu Júlio Pomar (desde 2013), na Fundação Carmona e Costa, etc. Publica regularmente ensaios sobre arte, em catálogos e revistas da especialidade e é coordenadora da colecção Cadernos do Atelier-Museu Júlio Pomar. É membro da AICA/SP- Associação Internacional dos Críticos de Arte; leccionou na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa como convidada e, entre 2011 e 2013, foi coordenadora e docente do Departamento de Escultura do Arco. Atualmente é Coordenadora do BANCO DE ARTE CONTEMPORANEA – Maria da Graça Carmona e Costa (projeto sob a gestão da EGEAC).